A principal preocupação das empresas portuguesas é a elevada carga e esforço fiscal, concluiu um estudo do Observatório da Competitividade Fiscal. A Capitalizar corrobora que o atual sistema fiscal português é complexo e burocrático e que cria barreiras ao crescimento e investimento das empresas. A consultora fiscal e financeira defende que é urgente simplificar o sistema fiscal e torná-lo mais eficaz e transparente.
De acordo com um estudo do Observatório da Competitividade Fiscal, divulgado pela Deloitte, a elevada carga e esforço fiscal são apontados pelas empresas portuguesas como a maior preocupação, enquanto o desemprego a menor.
O estudo refere que esta preocupação surge, com uma posição média de 4,34 entre as principais preocupações para este ano, seguindo-se a “ausência de reformas estruturais concretizadas”, a “cibersegurança” e “falta de mão-de-obra qualificada”.
Segundo aponta o estudo, os empresários estão ligeiramente mais otimistas sobre a complexidade e eficiência do sistema fiscal português, mas pouco. Em 2023, 72% afirmava que o sistema era complexo e ineficaz, tendo a percentagem diminuído, este ano, para 70%. O estudo também revela que 98% dos inquiridos considera que ainda existe margem para atuar nas políticas fiscais dirigidas às empresas.
Fiscalidade pode e deve ser uma alavanca para o investimento
José Pedro Pais, Partner da Capitalizar, consultora fiscal e financeira, corrobora que: “a elevada carga e esforço fiscal são, de facto, uma das principais preocupações dos empresários portugueses, que sentem um peso excessivo sobre os seus negócios. Esta situação cria barreiras ao crescimento e à competitividade das empresas, especialmente num contexto global em que a eficiência fiscal é um dos fatores determinantes para atrair e reter investimento.”
Na opinião do consultor, “o sistema fiscal português, tal como se encontra, revela-se complexo e burocrático, dificultando a vida aos empresários que desejam focar-se naquilo que verdadeiramente importa: a criação de valor e de emprego. Há uma necessidade urgente de simplificar o sistema e torná-lo mais transparente e previsível, permitindo às empresas maior capacidade de planeamento e execução das suas estratégias de crescimento.”
José Pedro Pais advoga, por isso, que “a relação de compensação, através dos benefícios fiscais, das empresas que assumam o risco de investir continuamente, seja em inovação, em aumento salarial dos seus colaboradores, em investigação ou na expansão da sua capacidade produtiva, deve ser mais clara e simples. A fiscalidade pode e deve ser uma alavanca para premiar o mérito e o investimento, e não um fardo que desincentiva o progresso.”