A artista portuguesa de origem angolana, Mónica de Miranda, (Porto, 1976) é a vencedora da quinta edição do concurso Prémio idealista de Arte Contemporânea 2023 com o projeto “South Circular”. O prémio concede um reconhecimento económico e a intervenção do artista com a sua obra nos espaços do idealista nas feiras imobiliárias em que participa. Em concreto, Mónica de Miranda vai mostrar o projeto premiado pelo idealista no stand que a empresa vai expor no Salão Imobiliário de Portugal (SIL) em Lisboa de 4 a 7 de maio e no próximo Salão Imobiliário Internacional de Madrid (SIMA) de 24 a 27 de maio.
A artista apresentará o projeto “South Circular”, uma reflexão sobre a cidade de Lisboa, mais especificamente sobre a muralha defensiva militar que foi construída em 1899 para afastar os franceses da capital portuguesa e que, um século depois, se tornou um território habitado por africanos das ex-colónias portuguesas juntamente com povos de áreas rurais sem meios para viver na prosperidade desejada.
Esta linha fortificada, denominada Campo de Trincheiras, consiste numa linha circular que contorna o lado norte da capital lusa e percorre grande parte da margem sul. Nestes espaços, a artista Mónica de Miranda visitou ruínas e áreas recentemente habitadas por comunidades africanas e foi desenvolvendo um enquadramento narrativo e visual de lugares e momentos de significado histórico, onde coexistem a memória, a nostalgia e a visão da cidade moderna e os seus habitantes.
A exposição “South Circular”, com curadoria de Elisa Hernando e coordenação da Arte Global, é composta por 3 fotografias, um vídeo e um mapa da estrada militar da cidade de Lisboa que convida o espectador a refletir sobre as construções da paisagem urbana e das ruínas épicas da cidade. Neste novo espaço com identidade própria, Miranda apresenta-nos uma combatente de uniforme, enquanto ouve na rádio as notícias da revolução angolana; ou o cavaleiro que monta o seu animal ao longo da antiga estrada militar, passando por antigos postos de defesa que agora abrigam os sem abrigo. Estas são algumas das personagens que Miranda nos apresenta como metáforas de tempos e espaços opostos em constante cruzamento.
O Prémio idealista de Arte Contemporânea é uma iniciativa do marketplace imobiliário líder em Portugal, Espanha e Itália com o qual a empresa quer reconhecer o talento e a visão de jovens criadores e procura incentivar e apoiar a produção artística contemporânea. Na sua primeira edição em 2018, o prémio foi para o artista basco Ismael Iglesias (Durango 1974), com a obra “Streetfighter”; a segunda, em 2019, foi ganha pelo artista Huesca David Latorre (Huesca, 1973) com o seu projeto “Arquitetura, Corpo e Vestuário”; em 2020 não houve convocatória devido à pandemia e em 2021 ganhou o prémio Jorge Yeregui (Santander, 1975) com “Comunidades”. O artista cubano Hamlet Lavastida (La Habana, 1983) foi galardoado com o prémio idealista em 2022.
O porquê do prémio idealista
O idealista tem vindo a apoiar, há muito anos, autores nacionais e internacionais e promove a produção artística de arte contemporânea através da aquisição de obras de arte que traduzem o impacto do “urbanismo” na vida das pessoas. A sua coleção inclui peças de autores como Panos Kokkinias (Atenas, Grécia, 1965), Teresa Margolles (Culiacán, México, 1963), Maider López (San Sebastián, Espanha, 1975), Olaf Breuning (Schaffhausen, Suíça, 1970) ou Massimo Vitali (Como, Itália, 1944). As obras participam num percurso itinerante entre os escritórios que a empresa tem nos três países onde opera. Para a criação do “Prémio idealista”, e coordenação do prémio nas próximas edições, o idealista selecionou Elisa Hernando, diretora da Arte Global, curadora da intervenção de Mónica de Miranda no SIMA Madrid.