O mercado imobiliário português está a atravessar uma verdadeira revolução, impulsionada pelas prioridades das gerações mais jovens, como os Millennials e a Gen Z. O Imovirtual tem acompanhado estas mudanças nas preferências dos compradores, que estão a transformar o setor, destacando a sustentabilidade, a tecnologia e a personalização dos espaços como prioridades emergentes.
Nos últimos anos, o conceito de casa deixou de ser apenas funcional para se tornar um reflexo do estilo de vida de quem a habita. O impacto da pandemia, por exemplo, trouxe para a ribalta a importância dos espaços exteriores. Varandas, jardins e terraços, que outrora eram vistos como complementos, tornaram-se agora verdadeiros requisitos para muitos compradores, simbolizando uma procura por conforto, bem-estar e qualidade de vida.
Paralelamente, o teletrabalho consolidou-se como uma realidade para muitos, alterando as prioridades habitacionais. A procura por imóveis que incluam divisões adaptáveis, como escritórios domésticos ou espaços multifuncionais, disparou, no qual a funcionalidade dos espaços deixou de ser uma questão secundária e passou a ter um peso decisivo na escolha de um imóvel, marcando uma mudança clara nas dinâmicas de compra.
Estas novas exigências são principalmente impulsionadas pela Geração Z, que cresceu num mundo conectado e que valoriza profundamente a sustentabilidade. Para estes compradores, certificações energéticas, sistemas de energia renovável e materiais ecológicos deixaram de ser luxos para se tornarem critérios essenciais na escolha de um imóvel. Esta tendência reflete uma visão de longo prazo, onde o impacto ambiental se cruza com a eficiência económica, destacando uma mudança de paradigma no mercado.
A tecnologia, por sua vez, desempenha um papel central nesta transformação. Com o avanço de ferramentas como visitas virtuais e tours 3D, o processo de compra tornou-se mais ágil e eficiente. Estas soluções não só permitem uma análise detalhada dos imóveis antes da primeira visita física, como também otimizam o tempo de agentes imobiliários e compradores, num mundo onde o tempo é cada vez mais valioso.
“Esta nova geração de compradores tem necessidades muito específicas e, ao mesmo tempo, grandes expectativas em relação à funcionalidade e sustentabilidade das casas. O mercado imobiliário precisa de acompanhar esta mudança, apostando em inovação e adaptando-se a estas novas prioridades. Só assim será possível continuar a captar o interesse e a confiança deste público”, afirma Tiago Ferreira, Head of Operations Real Estate Portugal do Imovirtual.
Apesar destas mudanças, o setor ainda enfrenta desafios significativos. A falta de oferta de imóveis em algumas regiões, especialmente nas áreas urbanas, continua a pressionar os preços, dificultando o acesso à habitação. Simultaneamente, a burocracia permanece um dos maiores entraves, tornando o processo de aquisição de imóveis moroso e complexo. Num momento em que a digitalização já é uma norma em muitos setores, o mercado imobiliário tem de acompanhar esta evolução, simplificando processos e aumentando a eficiência para melhorar a experiência dos consumidores.
O mercado imobiliário encontra-se, assim, numa encruzilhada entre tradição e inovação. A procura por imóveis que combinem funcionalidade, sustentabilidade e tecnologia já não é uma tendência isolada, mas sim a nova norma para os compradores. A capacidade de adaptação dos profissionais do setor será crucial para prosperar neste novo cenário e moldar o futuro do mercado.