O Bullying cria uma ferida silenciosa que para além de destruir o ambiente nas nossas escolas, continua, na vida adulta destes jovens, a destruir o seu desempenho profissional e familiar.
Consegues identificar alguém que conheças e que esta mensagem faça sentido?!
Chegou o momento de refletir e perceber que a prevenção do Bullying é um dever coletivo que exige a participação ativa de todos: professores, alunos, pais, e a sociedade em geral.
A associação Amar Eva apela à importância de começar pela informação, passando por ações concretas e prolongadas no tempo de forma a criar um ambiente escolar mais seguro, mais acolhedor e mais inclusivo.
A falta de informação sobre este tema, na maioria das vezes, comprova-se na banalização ou mesmo na invisibilidade deste fenómeno, que vemos com frequência nas notícias ou que lemos nos jornais.
Quando sabes de um caso de Bullying, o que pensas em primeiro lugar?!
Na situação em si, na vítima ou no agressor?
Lamentavelmente, em alguns casos, é no telemóvel. Para poder filmar a situação!
Campanhas de sensibilização e formação são fundamentais!
Mais do que realizar uma ou duas ações pontuais, promovidas muitas vezes apenas pelas forças de segurança pública, é importante investir em momentos educativos que criem nos alunos, desde cedo, o valor do respeito mútuo e da empatia. Paralelamente, é necessário formar e capacitar a comunidade escolar para identificar os sinais de Bullying e saber como agir de imediato, com uma abordagem cuidadosa, garantindo que tanto a vítima quanto o agressor sejam ouvidos e compreendidos.
Acredito que através de um trabalho contínuo, que envolva todos os elementos da comunidade escolar, é possível transformar a escola num espaço onde o respeito, a empatia e a justiça social sejam valores centrais.
E, como a prevenção do Bullying é um compromisso de todos, deixo aqui sete passos que podem fazer a diferença na gestão e resolução de conflitos, em ambiente escolar.
O primeiro passo é compreender as causas do conflito. Quando as crianças ou jovens envolvidos são abordados, é fundamental que se entenda o ponto de vista de cada um. Muitas vezes, o Bullying surge de mal-entendidos ou preconceitos que precisam ser desmistificados. Compreender a raiz do problema permite que as intervenções sejam mais precisas e eficazes.
A seguir, é importante tirar algum tempo para refletir. Criar um espaço de diálogo, mediado por um adulto preparado (mentor), no sentido de ajudar as partes envolvidas a refletir sobre os seus comportamentos e a perceber o impacto que têm no outro. Este debate saudável é um passo crucial para promover a empatia e a compreensão mútua.
O terceiro passo envolve criar empatia e procurar cedências. A violência muitas vezes nasce de suposições erradas ou crenças infundadas. Ao incentivar os alunos a cederem, mesmo que em pequenos aspetos, abre-se caminho para a reconciliação e para a resolução pacífica do conflito.
Assumir responsabilidades é o quarto passo essencial. Tanto a vítima quanto o agressor devem ser encorajados a refletir sobre as suas ações e a reconhecer o papel que desempenharam na situação. Este reconhecimento é vital para a mudança de comportamentos.
O quinto passo é encontrar cenários possíveis de resolução. Em conjunto, as partes envolvidas, com o apoio de um mediador (mentor), devem explorar soluções que sejam justas e equilibradas, promovendo a paz e a harmonia no ambiente escolar.
No sexto passo, é crucial aprender a comunicar de forma assertiva. Muitas vezes, os conflitos nascem de uma comunicação ineficaz. Ensinar os alunos a expressar os seus sentimentos e necessidades de forma clara e respeitosa é uma habilidade que ficará para toda a vida.
Finalmente, o sétimo passo propõe encontrar um compromisso de ambas as partes. A mudança de comportamento só será sustentável se ambas as partes se comprometerem a evitar ações que possam perpetuar o ciclo de violência. A monitorização contínua dessas melhorias é essencial para garantir que o ambiente nas nossas escolas possa ser cada vez mais seguro e mais inclusivo.
A prevenção do Bullying é uma missão urgente e possível. Com sensibilização e informação dos jovens e capacitação dos adultos, de forma continuada, podemos começar um caminho na proteção das crianças e jovens, garantindo-lhes um ambiente onde possam crescer e aprender sem medo.
Cada passo dado na direção certa é um passo na construção de uma sociedade mais justa e solidária.
Fernanda Ferreira
Associação Amar Eva “Construímos pontes de Amor desde a infância”
Amareva.associacao@gmail.com
https://amarevaassociacao.com/