Depois de mais de um ano a promover encontros de debate entre CEOs e partilha de melhores práticas organizacionais no âmbito das políticas de Diversidade & Inclusão, o Fórum de Líderes para a Igualdade promoveu a sua primeira Conferência. Accenture, Argo Partners, Cisco, Cuatrecasas, EDP, FNAC, IKEA, Mercer, Microsoft e Sérvulo & Associados são os signatários do movimento, e uniram-se para debater os temas de Diversidade, Inclusão e Equidade nas organizações em Portugal. O evento contou com a participação de Ana Catarina Mendes, Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, e com uma mensagem de Sua Excelência o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Na sua mensagem, Marcelo Rebelo de Sousa saúdou o compromisso das 10 empresas com a Diversidade e Inclusão, fazendo votos de que este “se amplifique no futuro e se projete em muitas mais ações, por um Portugal mais justo e equitativo”.
Ana Catarina Mendes, cujo ministério que tutela engloba os pelouros da Inclusão, Migrações e Juventude, dedicou parte do seu discurso a evocar também o papel interventivo do Estado em matérias de inclusão, lembrando que o terceiro Plano Nacional para a Igualdade será aprovado em breve e encerra os próximos passos no combate à discriminação – seja ela de género, orientação sexual, étnica -, mas também o lançamento do Observatório contra o Racismo, marcado para Dezembro. “Falamos de igualdade de oportunidades enquanto garantia de coesão e é um orgulho ter-vos como parceiros. Estou convosco. Ajudem-nos a ajudar o País a tornar-se mais solidário e igual”, rematou.
Com o objetivo de discutir as oportunidades e desafios de tornar as organizações e respetivas lideranças tão diversas quanto a sociedade e tão inclusivas quanto o mundo deve ser, a conferência contou com as intervenções de José Gonçalves (Accenture), Filipa Leite de Castro (Argo Partners), Miguel Almeida (Cisco), Maria João Ricou (Cuatrecasas), Vera Pinto Pereira (EDP), Helen Duphorn (IKEA Portugal), Rodrigo Simões de Almeida (Mercer), Andres Ortolá (Microsoft Portugal) e Paula Bordalo Faustino (Sérvulo & Associados), bem como moderações de Maria Castro e Almeida, do ICF e de Fernanda Freitas.
No decorrer das intervenções, José Gonçalves, da Accenture, lembrou que é importante alertar as organizações para que não se centrem apenas em acrescentar valor para os accionistas. “Temos de ser bons cidadãos corporativos. E a primeira premissa da nossa cultura é a tolerância zero à discriminação”.
Filipa Leite de Castro, da Argo Partners, reforçou que o recrutamento é um eixo essecial da Diversidade e Inclusão e começa “não só na capacitação das pessoas mas também nas empresas que estão dispostas a receber talento diverso”.
Miguel Almeida, da Cisco, recordou que vivemos uma economia do talento e por isso, mais do que a visão romântica da Diversidade com o foco na justiça e igualdade de oportunidades, é “crítico para a economia que as organizações acolham todo o mercado, sem restrições”.
Maria João Ricou, da Cuatrecasas, anfitriã do evento, referiu que além das iniciativas concretas e diversificadas que estão a ser levadas a cabo pelos signatários do movimento, o plano é “continuar a promover a reflexão e o debate conjunto, a partilha de experiências e soluções, envolvendo e mobilizando outros decisores e líderes para dinamizar iniciativas concretas que beneficiem o tecido social português”.
Vera Pinto Pereira, da EDP, assinalou que naquela organização o tema da Diversidade na organização está indexado a indicadores de perfomance e que é preciso começar “dentro de casa” para se poder falar com propriedade de impacto e agendas sociais. “Orgulhamo-nos do caminho feito mas ainda estamos longe de onde devíamos estar”, lembrou.
Helen Duphorn, da IKEA Portugal, e propulsora do movimento que deu origem ao Fórum de Líderes, lembrou a génese do projeto e exaltou a relevância da liderança das empresas representar a sociedade em todas suas dimensões pois “temos de espelhar a sociedade que servimos”.
Já Rodrigo Simões de Almeida, da Mercer, lembrou que existe ainda pouca capacidade para incluir por requerer muita capacitação e consciencialização para a incorporação de minorias, algo que pode ser mitigado com iniciativas como a do Fórum de Líderes ou do Compromisso do ICF que conhecerá em breve uma renovação.
Andres Ortolá, da Microsoft Portugal, assinalou que a Diversidade e Inclusão não devem ser só um mandato para as organizações, é preciso que estejam inscritas no ADN cultural das empresas e lembrou a necessidade de transparência para com os dados demográficos das empresas e a humildade perante a falta de progresso como um motor de incentivo ao desenvolvimento.
Paula Bordalo Faustino, da Sérvulo & Associados, assinalou que até em áreas como no Direito, em que há um número maior de mulheres, o desafio maior prende-se com o acesso à Liderança. “É preciso que quem chega e quer evoluir tenha as mesmas oportunidades de ocupar lugares de topo”.
O fórum “Líderes pela Igualdade”, criado em 2021 pelos líderes destas 10 empresas, tem como objetivo inspirar e agir em prol de uma sociedade mais justa e igualitária.