A Inteligência Artificial (IA) está já a transformar a forma como as organizações gerem e desenvolvem o seu talento, sendo espectável que esta tendência se venha a acentuar, à medida que novas ferramentas são integradas nas empresas e nos processos de trabalho. A médio prazo, as tecnologias baseadas em IA irão desempenhar um papel cada vez mais central na gestão de talento, com impactos a serem esperados ao nível das estruturas organizacionais, das dinâmicas de trabalho e dos processos de desenvolvimento de competências, entre outros.
A Experis analisou quais serão algumas dessas transformações e, no seu mais recente Global Insights Whitepaper – “Construir uma Estratégia Centrada nas Pessoas para a Produtividade Impulsionada por IA”, revela os cinco principais impactos desta tecnologia, na gestão de talento, num horizonte a 2030:
1. Democratização da autoridade
À medida que a IA se torna mais integrada na tomada de decisão, as hierarquias tradicionais dentro das organizações podem ser significativamente reconfiguradas. Com o uso generalizado de ferramentas de IA, os colaboradores ganharão maior autonomia nas suas funções, tornando a tomada de decisão mais distribuída e acessível a todos os níveis da empresa. Esta realidade promete não só acelerar a eficiência, mas também promover um ambiente de trabalho mais inclusivo e colaborativo. Contudo, os gestores vão precisar de um novo conjunto de competências para gerir profissionais que são capacitados e trabalham em parceria com ferramentas de IA.
2. Análise objetiva do desempenho
As tecnologias de IA já estão a ser utilizadas pelas empresas para monitorizar a produtividade dos trabalhadores, por exemplo em ambientes de trabalho remoto. Num futuro próximo, o uso da IA na gestão de desempenho irá aumentar, com desenvolvimentos ainda mais sofisticados ao nível da monitorização da produtividade, mediante dispositivos wearable e ferramentas avançadas de captura de dados que permitirão avaliações mais objetivas do desempenho dos colaboradores. Embora este avanço traga consigo uma maior precisão na avaliação, a transparência e a confiança serão fundamentais para a aceitação destas práticas por parte dos trabalhadores e para a manutenção de um ambiente de trabalho saudável.
3. Desenvolvimento personalizado de competências
As tecnologias de IA permitirão às organizações analisar o desempenho e os dados de competências de milhares de fontes internas e externas, e, com base nessa análise, identificar com precisão as lacunas de competências existentes e definir estratégias personalizadas ao nível da formação e capacitação do talento, das iniciativas de contratação externa ou ainda de mobilidade interna. Este desenvolvimento permitirá que as empresas sejam mais ágeis na adaptação às necessidades do mercado, otimizando os seus processos de aquisição e desenvolvimento do talento.
4. Constituição rápida de equipas
Devido à IA, também os modelos de emprego passarão por uma transformação significativa nos próximos anos. Até 2030, prevê-se que os líderes utilizem esta tecnologia para identificar e formar equipas especializadas em tempo real, mais adaptadas a projetos de curto prazo. Estas equipas serão compostas por trabalhadores de alta performance, recrutados através de uma variedade de modelos de contratação, incluindo modelos temporários, contratação internacional e especialistas provenientes de outras áreas da empresa.
5. Assistentes autónomos de IA
A Inteligência Artificial irá servir, nos próximos anos, como um agente avançado que atua como consultor e companheiro de trabalho, apoiando os colaboradores na tomada de decisões e na execução de tarefas correntes. Por este motivo, a interação constante com os assistentes autónomos de IA irá revolucionar a forma como os profissionais abordam o seu trabalho, promovendo uma maior eficiência e inovação no dia a dia empresarial.