Passados dois anos desde o início da pandemia de COVID-19, as empresas estão a acelerar os investimentos com recurso ao financiamento especializado, superando mesmo os valores de 2019. De acordo com os dados revelados pela Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF), relativos ao primeiro trimestre de 2022, o Factoring e o Renting já se encontram com valores de produção superiores a 2019, e a locação financeira regista uma taxa de crescimento homóloga de 17,5%.
Num trimestre em que a economia portuguesa registou um reforço de 11,9% no PIB, relativamente ao período homólogo, o apoio prestado pelos associados da ALF através do Factoring voltou a superar esse indicador, acelerando 33% para 9,84 mil milhões de euros de créditos tomados, em 2022.
No Factoring internacional, os créditos tomados alcançaram um crescimento de 25% face ao trimestre homólogo, para 1,13 mil milhões de euros.
Já no factoring doméstico, em que os associados da ALF contribuíram com o apoio de 4,5 mil milhões de euros, o desempenho superou em 35,3% o registo do primeiro trimestre do ano passado. O factoring com recurso, no qual não se verifica a cobertura do risco de crédito, registou um crescimento de 22,2% face ao período homólogo, para 2,13 mil milhões de euros, ao passo que o factoring sem recurso disparou 49,6%, para 2,40 mil milhões de euros. Contudo, ao contrário da perceção inicial, é no factoring com recurso que se encontra a comparação mais impactante com os anos pré-pandemia: na análise da variação de 2019 para 2022, a variação supera os 60%. Já no factoring doméstico sem recurso,o crescimento face ao 2019 ficou-se pelos 9,4%.
O papel do financiamento especializado no apoio às empresas obtém melhorias ao longo de todos os indicadores dos três setores de atividade representados pela ALF. A locação financeira (Leasing) registou um reforço de 17,5% no valor da sua produção, face ao período homólogo, posicionando-se o Leasing imobiliário como o grande impulsionador, com uma subida de 41,2%, para os 206,9 milhões de euros. O Leasing mobiliário cresceu 6,5% em valor, para 388,14 milhões de euros, com as viaturas a representarem dois terços do valor, fruto dos 5.834 veículos financiados. Os investimentos financiados de equipamentos totalizaram 114,4 milhões de euros.
Com um total de 12.994 viaturas a serem adquiridas pelo Leasing e pelo Renting ao longo do primeiro trimestre, o equivalente a 30,6% do total do mercado automóvel em Portugal, os associados da ALF voltaram a comprovar a sua capacidade de canalizar investimento para apoio às empresas e particulares. Aos mais de 5.800 automóveis que passaram pelo Leasing mobiliário, o Renting somou a aquisição de 7.160 viaturas ligeiras novas. Neste produto, a recuperação constatada no primeiro trimestre significou a recuperação para valores pré-pandemia. Comparativamente ao 1º trimestre de 2019, a produção em número e em valor cresceu 2,5% e 13,9%, respetivamente. Face ao período homólogo de 2021, registou-se um aumento de 10,5% no número de viaturas novas adquiridas em Renting. Em termos de investimento, os novos contratos significaram, no final do trimestre, um acumulado de 166,7 milhões de euros, um reforço de 19,3%.
Relativamente à frota total gerida pelas Rentings, verifica-se a existência de contratos no valor de 1,97 mil milhões de euros, um aumento de 3,7% em relação ao mesmo período de 2021. Este valor traduz-se em 121 mil viaturas em frotas de empresas portuguesas. Comparativamente a 2019, o Renting já se encontra a crescer 7,3% no número de viaturas geridase 6,0% no valor da frota.
Para o presidente da ALF, Luís Augusto, “sentiu-se no primeiro trimestre deste ano um clima económico favorável, ao qual o financiamento especializado respondeu com o aumento das dotações para empresas e particulares. Ainda que praticamente metade do período em análise tenha estado preenchido pelo clima de incerteza criado pela guerra na Ucrânia, a ALF regista com agrado a resiliência dos agentes económicos, que mantiveram investimentos, apesar das preocupações internacionais, em que se incluem o aumento dos preços da energia e a subida da inflação. Neste contexto, os associados da ALF registaram subidas expressivas na sua atividade, fruto dos fundos por si canalizados para apoio à economia”, nota o porta-voz da associação.