O novo Renault Symbioz é mais do que apenas mais um SUV no congestionado segmento dos familiares compactos. Com um nome que evoca harmonia e equilíbrio, este modelo posiciona-se como a ponte entre a praticidade do Captur e a sofisticação do Austral. Mas será que consegue destacar-se? Fomos descobrir.

Um design familiar, mas com personalidade
À primeira vista, o Symbioz não revoluciona — e talvez nem queira. A grelha dianteira, com o novo logótipo da Renault, remete de imediato para os traços que já vimos no Captur e Clio, enquanto a silhueta é fluida e bem proporcionada. Os faróis LED finos e o tejadilho ligeiramente descendente dão-lhe um ar moderno sem cair em exageros.
Com 4,41 metros de comprimento, posiciona-se de forma equilibrada entre a agilidade citadina e o espaço necessário para uma família. As jantes de 18 ou 19 polegadas (consoante a versão) e os detalhes em preto brilhante acrescentam-lhe um toque mais requintado.

Um interior pensado para o dia a dia
O habitáculo do Symbioz respira conforto e funcionalidade. Os materiais são agradáveis ao toque, e nota-se um cuidado com a ergonomia. O destaque vai para o sistema OpenR Link, com ecrã vertical de 10,4″ e integração total com Google, incluindo mapas, assistente de voz e aplicações — uma solução intuitiva e útil.
Atrás, o banco traseiro deslizante até 16 cm permite ajustar o espaço entre os passageiros e a bagageira. Esta última varia entre os 492 litros e os 624 litros, podendo chegar a 1 582 litros com os bancos rebatidos — valores muito competitivos na classe. E o teto panorâmico Solarbay, que escurece por comando elétrico ou voz, é um toque tecnológico que impressiona.

Condução: suavidade e eficiência
A versão ensaiada foi a E-Tech Full Hybrid 145 cv, que combina um motor 1.6 a gasolina com dois motores elétricos e uma bateria de 1,2 kWh. O sistema gere-se de forma autónoma e fluida, privilegiando a condução elétrica em arranques e trânsito urbano.
Com um consumo médio anunciado de 4,7 l/100 km, é fácil manter números baixos em contexto real, especialmente em cidade. A transição entre os modos elétrico e térmico é praticamente impercetível, e o comportamento dinâmico é mais focado no conforto do que na agilidade — como seria de esperar num modelo com vocação familiar.
A direção é leve, ideal para manobras urbanas, e a suspensão absorve bem as irregularidades, mesmo com jantes de maior dimensão. Não é um carro emocionante de conduzir, mas é extremamente competente e agradável.

Equipamento e tecnologia
O nível de equipamento é generoso desde as versões intermédias, com destaque para o sistema de som Harman Kardon (opcional nas versões superiores), carregamento de smartphone por indução, modos de condução MULTI-SENSE e uma panóplia de sistemas de assistência à condução.
Cruise control adaptativo, travagem autónoma de emergência, alerta de ângulo morto e câmara 360º estão disponíveis, e nas versões mais completas soma-se o Active Driver Assist, que combina cruise control e assistência à manutenção na faixa para uma condução semiautónoma em autoestrada.


Preços e versões
Produzido em Espanha, o Symbioz chega ao mercado nacional com várias versões. A gama híbrida E-Tech Full Hybrid 145 começa nos 32 500 € (versão Evolution), enquanto o topo de gama Iconic pode ultrapassar os 38 000 €. Em alternativa, a Renault disponibiliza versões mild-hybrid mais acessíveis, com motor 1.3 de 140 cv, ideais para quem quer uma solução sem eletrificação total.
Conclusão
O Renault Symbioz não tenta reinventar a roda — e isso é, talvez, a sua maior força. Focado em oferecer espaço, eficiência, tecnologia acessível e uma condução tranquila, posiciona-se como uma proposta sólida para quem procura um SUV familiar híbrido com boa relação qualidade/preço.
Não promete emoção, mas entrega confiança. E, num segmento onde o que conta é simplificar a vida em movimento, isso vale muito.