Quem é o Rui Cruz?
Sou engenheiro de telecomunicações e informática, natural de Coimbra e um gestor que recentemente abraçou o desafio de gerir a Opensoft, empresa tecnológica que está há vários anos no mercado e desenvolve aplicações que tornam o nosso dia-a-dia mais simples. São mais de 20 anos de projetos desenvolvidos em conjunto com entidades privadas e públicas, como o de melhorar a acessibilidade da aplicação do IRS para ser acedida a partir de qualquer dispositivo.
Como caracteriza o seu percurso profissional?
Desenvolvi a minha carreira profissional na Opensoft. Tive oportunidade de participar em projetos bastante ambiciosos e complexos, como a reforma dos sistemas dos impostos sobre o património. Apesar de engenheiro informático de formação, sempre tive um grande interesse pela gestão. Chegar à posição de diretor-geral da Opensoft é o fruto de vários anos dedicado a esta empresa que me deu as oportunidades certas para evoluir profissionalmente. Estar à frente de uma empresa com a reputação da Opensoft e com uma equipa tão qualificada é um privilégio e uma grande responsabilidade.
O que mais valorizou e retirou de cada uma das etapas da sua carreira?
Numa fase inicial da minha carreira, a partilha de conhecimento e de soluções para os problemas, e a aprendizagem com os elementos da equipa foram essenciais para me tornar tecnicamente mais eficiente. À medida que fui ganhando mais responsabilidades passei a ter a possibilidade de interagir com os clientes e a coordenar as equipas técnicas. Nesta fase, o que valorizei mais foi a possibilidade de ter um papel na resolução de problemas complexos dos clientes e que têm um impacto na vida diária de todos. Por outro lado, gerir equipas obriga-nos a ter grande flexibilidade para responder a imprevistos, ser capaz de criar soluções rápidas, que é algo que também valorizo muito. Enquanto diretor de projetos participei em projetos de transformação digital, em que o conhecimento da realidade atual dos clientes e o traçar de uma visão estratégica são essenciais.
O que sente que o diferencia?
Valorizo a resiliência e a responsabilidade: não apenas a minha, mas também a dos outros. É por isso que acredito em equipas responsáveis, resilientes e que procuram criativamente a melhor solução possível para os problemas em conjunto (e esse conjunto, inclui também os clientes). A riqueza do nosso trabalho está em incluir as diferentes perspectivas que encontramos (clientes, equipas, consultores) no desenvolvimento de um projeto tecnológico.
Que desafios tem a nível profissional no seu dia a dia?
Neste momento é o meu papel de diretor-geral da Opensoft. Olho para este desafio com vontade de levar a marca Opensoft mais além, quer em geografias, quer na diversificação de áreas de negócio. Além de aumentar o volume de negócios da Opensoft, um dos grandes desafios (que não é exclusivo da nossa empresa) é o recrutamento e retenção de talento, resultado de um mercado tecnológico atualmente muito competitivo.
Que outras dimensões incluem esses desafios?
Um tema que temos olhado com atenção é o desenvolvimento de uma cultura de sustentabilidade. Temos procurado implementar ações diretas como a redução do papel ou a reciclagem dos nossos equipamentos mais antigos. É uma área que é muito vasta, mas queremos apostar na sensibilização da nossa equipa e, em conjunto, desenvolver mais ações com impacto na sustentabilidade.
Como caracteriza um profissional de sucesso?
Para mim um profissional de sucesso é, acima de tudo, uma pessoa que procura aprender constantemente e se preocupa com o desenvolvimento dos que o rodeiam. Não basta ser bom tecnicamente para ser um bom profissional. É preciso ser um bom ouvinte, um bom comunicador, respeitar a diversidade de pessoas com quem trabalham e ser criativo na procura das melhores soluções.
Que mensagem pretende passar à sua equipa?
Para mim, a competência, o espírito de entreajuda, a colaboração e a partilha de conhecimento definem a equipa da Opensoft. Os próximos tempos vão trazer desafios pela frente, mas continuaremos a desenvolver soluções com impacto na sociedade, correspondendo à expectativa dos nossos clientes, sempre tendo em mente a qualidade do trabalho que entregamos.
Como caracteriza o mercado português, comparativamente com outros mercados da área?
O mercado português está cada vez mais interessado em tecnologia. Automatizações, sistemas preditivos ou a atualização dos sistemas mais antigos são projetos onde as empresas portuguesas têm investido. No entanto, ainda é um mercado onde os investimentos são feitos à medida da disponibilidade de orçamento que vai surgindo. São poucas as instituições que têm planos estruturados alicerçados em tecnologia para aumentar a sua competitividade e alavancar o seu negócio.
Quais são as suas fontes de auto motivação e inspiração?
Reservo algum tempo semanal para passeios ao ar livre e momentos de lazer com a família. Algumas ações de voluntariado em que colaboro são uma fonte importante de auto motivação e inspiração, principalmente pelos momentos de alguma alegria e felicidade de pessoas com mais dificuldades na sociedade.
Como faz para se manter atualizado?
Frequento eventos da especialidade, nomeadamente na área da tecnologia e da gestão. A imprensa, literatura especializada e alguns podcasts também servem para me manter atualizado. Podcasts que aprecio são o freakonomics e o TED Talks Daily.
Qual a sua meta pessoal?
Uma meta pessoal para os próximos meses é voltar a ter condições para praticar um desporto coletivo. Com a pandemia deixei de praticar futsal.
Projetos futuros?
Desenvolver na Opensoft mais soluções inovadoras (o IDFYME é um exemplo), com capacidade para dar respostas a novos problemas do dia a dia dos cidadãos e das organizações. Também na organização procurar continuamente entender que problemas devemos endereçar com mais prioridade e criar mais valor através de novas ferramentas e a soluções.
De que valor humano não abdica?
De todos os valores humanos importantes, destaco a liberdade, que nos permite de forma mais concreta atingir um estágio que considero mais elevado de valorização enquanto indivíduos e sociedade no geral.
Algo que o marcou?
As minhas primeiras semanas enquanto engenheiro de software na Opensoft foram momentos bastante marcantes. Foi a minha primeira experiência profissional e fiquei surpreendido com a envolvência da equipa, o apoio para a minha integração e para o meu desenvolvimento profissional.
Um desejo. Uma ambição?
O crescimento da Opensoft, alicerçado no crescimento das áreas de negócio e internacionalização.
Um livro…
A Sombra do Vento, de Carlos Ruiz Zafón.
Uma música…
Sobre géneros musicais sou bastante eclético, mas ultimamente na minha playlist tem andado muitas vezes o tema River Flows In You, do pianista sul coreano Yiruma. Uma excelente composição e interpretação que oiço muitas vezes em momentos de introspecção.
Tem alguma mensagem que queira partilhar?
Portugal é um país com muito talento, que se destaca nas mais diversas áreas. Na Opensoft trabalhamos continuamente para que este talento tenha condições para crescer e se desenvolver. Que como país consigamos criar cada vez mais condições para desenvolver este talento e sermos capazes como sociedade de beneficiar do que este talento é capaz de gerar.