Concelho recebeu a pontuação máxima, adotando quatro vezes mais medidas de mitigação e adaptação do que as restantes cidades
Guimarães foi reconhecida pelo CDP – Carbon Disclosure Project como uma das 119 cidades líderes mundiais no que respeita à ação e transparência ambiental. Concebida para encorajar e apoiar o reforço da iniciativa e ambição climáticas de cidades em todo o mundo, a Lista A do CDP baseia-se em dados ambientais divulgados através do CDP-ICLEI Track. Este ano, mais de 900 cidades receberam uma pontuação da organização pela sua ação climática, sendo que apenas 13 por cento receberam a classificação A – lote no qual está inserido o concelho de Guimarães. Refira-se, também, que as cidades que receberam a distinção máxima neste ranking adotam quatro vezes mais medidas de mitigação e adaptação do que as restantes.
Para obter esta pontuação, as cidades precisam de divulgar os seus dados publicamente, possuir um inventário de emissões na escala comunitária e ter difundido um plano de ação climática. Além disso, têm de realizar uma avaliação completa de riscos e vulnerabilidade climática e ter uma meta de adaptação para demonstrar como irão lidar com perigos já detetados e esperados. Muitas das cidades inseridas na Lista A do CDP adotam, ainda, um conjunto de outras ações de liderança, incluindo o empenho político em lidar com as alterações climáticas.
Guimarães e as outras 118 cidades na Lista A deste ano demonstram, assim, que a ação climática urgente e com impacto – desde os objetivos ambiciosos de redução de emissões até à criação de mecanismos de resiliência contra as alterações climáticas – é viável a nível global e em cidades com diferentes realidades e prioridades climáticas.
Refira-se que a atribuição da pontuação máxima a Guimarães no parâmetro da ação climática pelo CDP é mais uma validação do compromisso da cidade com a sustentabilidade. Neste âmbito, o município, que é candidato a Capital Verde Europeia 2026, tem em curso diversos projetos ambientais no território, nomeadamente. Neste ponto, destaque-se que o concelho de Guimarães é o único representante nacional a participar no programa Pilot Cities, no qual 53 cidades europeias vão testar, ao longo de dois anos, abordagens inovadoras, em direção à transição climática urbana. Já a iniciativa pioneira “Guimarães Desporto Carbono Zero” irá envolver 55 clubes do concelho, e mais de sete mil atletas federados, das mais diversas modalidades, com o objetivo de garantir a neutralidade carbónica até 2030.
Outra das iniciativas ambientais promovidas por Guimarães é o projeto RRRCICLO (Economia Circular), que permitiu a transformação de resíduos têxteis pós-consumo e resíduos de máscaras em objetos de uso quotidiano, nomeadamente cabides (5.000), suportes de telemóvel (2.000), sacos (800) e mantas (140), para distribuição a abrigos animais, diferentes associações de comerciantes locais, assim como instituições de ensino. Também a participação no projeto MUFPP (Milan Urban Food Policy Pact) reforça o envolvimento do município no desenvolvimento de sistemas alimentares sustentáveis, inclusivos, resilientes, seguros e diversificados, que forneçam alimentos saudáveis e acessíveis a todas as pessoas, minimizando o desperdício e conservando a biodiversidade.
“A inclusão de Guimarães na Lista A de Cidades do CDP enche-nos de orgulho, uma vez que reconhece a importância e o sucesso das estratégias adotadas no concelho em relação às alterações climáticas”, refere Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal de Guimarães. E acrescenta: “O empenho político das cidades é fundamental para combater as alterações climáticas e construir um futuro verde”. “Esta ação tem, contudo, de ser mais profunda e rápida, exigindo, por isso, a cooperação de diferentes regiões e entidades para conseguirmos resultados a nível local, nacional e global”, conclui o autarca.