O retrato do IRC de 2022, pago em 2023, indica que há mais empresas a declarar IRC, há mais imposto liquidado e a taxa média efetiva ultrapassou a linha dos 20%. Os dados divulgados pela Autoridade Tributária apontam as atividades financeiras e de seguros como as que mais contribuem para o pagamento do imposto. Os números da AT “refletem um panorama robusto e uma economia em clara aceleração”, analisa a consultora Capitalizar.
Os recentes dados divulgados pela Autoridade Tributária (AT) lançam luz sobre o cenário fiscal em Portugal em 2022, destacando um crescimento substancial no pagamento de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) por parte das empresas. Os números revelados indicam uma tendência positiva que reflete uma economia em clara aceleração.
De acordo com os dados divulgados, o número de declarações de rendimentos Modelo 22 registou um aumento de 3,9% em 2022, representando um acréscimo de mais de 60.000 declarações em comparação com o ano anterior.
Já o Resultado Líquido Positivo declarado teve um salto de 28,7% de 2021 para 2022, totalizando um acréscimo de cerca de 13.000 milhões de euros. Esse aumento foi acompanhado por um crescimento de 8,3% no número de entidades com resultado líquido positivo. Apesar do crescimento no Resultado Líquido Negativo, que aumentou em 6,4% de 2021 para 2022, houve uma ligeira diminuição de 0,3% no número de entidades com resultado líquido negativo.
Sobre o IRC liquidado em 2022, este assistiu a um aumento substancial de 39,7%, totalizando um crescimento de mais de 2.000 milhões de euros. Já a Taxa Média Efetiva de IRC cresceu 1,4% em 2022, elevando-se de 18,9% para 20,3%. A Derrama Estadual registou um notável aumento de 57,7% em 2022.
A análise dos dados revela que as atividades financeiras e de seguros são as que mais contribuem para o pagamento de IRC, representando 27,1% do total de IRC liquidado. As empresas com um volume de negócios superior a 5 milhões de euros são responsáveis por 57,3% do IRC Liquidado, apesar de representarem apenas 2,1% do total de empresas.
Segundo analisa José Pedro Pais, partner da Capitalizar, “estes dados refletem um panorama robusto de crescimento da economia portuguesa em 2022, destacando um aumento significativo na contribuição fiscal das empresas.”