André Figueiredo acaba de ser reconduzido como responsável máximo da Association Européenne des Concessionnaires Peugeot (AECP; Associação Europeia de Concessionários Peugeot), para o triénio 2024-2026, cargo que ocupa desde a sua nomeação original, feita em dezembro de 2020. A oficialização teve lugar ontem, dia 11 de dezembro no âmbito do encontro anual desta associação que decorreu na capital austríaca, mantendo-o como o principal rosto dos concessionários europeus da marca Peugeot, representando os seus interesses junto do Grupo Stellantis.
Aos 46 anos, André Figueiredo, há 10 anos Presidente da APOCOP (Associação Portuguesa de Concessionários Peugeot), Membro da Direção da Divisão de Retalho da ACAP e CEO do Grupo Automóveis do Mondego / Corvauto, foi o primeiro empresário português nomeado para liderar esta entidade que representa uma rede de concessionários distribuída por 14 países europeus.
Um primeiro triénio dificuldades ultrapassadas em conjunto e com grande sucesso
André Figueiredo considera o seu primeiro mandato, o primeiro de um português à frente da entidade que representa todas as redes da marca Peugeot na Europa, como “três anos muito desafiantes, num trabalho muito difícil e intenso que se fez, em conjunto com as redes dos diferentes países envolvidos e com a própria marca Peugeot, em especial durante e após a pandemia de COVID-19. Múltiplas dificuldades que conseguimos ultrapassar em conjunto e com grande sucesso”.
Para além desse fator externo André Figueiredo dá grande destaque a outro de cariz interno, relacionado com o novo modelo de distribuição escolhido pela Stellantis. “Foi um processo de enorme intensidade no âmbito das negociações, um trabalho de enorme relevância que as equipas das redes e as equipas da Stellantis souberam desenvolver em conjunto e que, a meu ver, permitirão cobrir grande parte dos interesses de todas os envolvidos. Neste muito inovador processo conjunto destaco a capacidade que a Stellantis teve em nos envolver nas diferentes negociações, para melhor estruturar esse novo modelo de distribuição.”
“As redes Peugeot na Europa são fortíssimas e têm um grau de maturidade muito elevado, obrigando-nos a um acompanhamento muito intenso e de trabalho constante com a Equipas Centrais da Peugeot Europa, tendo em vista sempre o equilíbrio pretendido entre as ambições da marca Peugeot, que são muito elevadas, e o trabalho desenvolvido pelas redes neste continente”, acrescentou o empresário português, responsável pelos destinos da AECP.
Eletrificação e novo modelo de negócio: vetores complementares nos objetivos do novo triénio
Reeleito para novo período de três anos, de 2024 a 2026, e numa altura em que a eletrificação estabelece raízes cada vez mais profundas como vetor do negócio automóvel do presente, André Figueiredo aponta como objetivo prioritário “o acompanhamento das redes nesta nova realidade que o setor atravessa, de constante e rápida transformação a todos os níveis, com influência clara no todo do mercado automóvel”.
Em face de uma inegável evidência em termos de eletrificação, como o comprovam os crescentes números de vendas de veículos com algum tipo de solução (MHEV, PHEV e 100% BEV) nas tabelas de diferentes países e no mercado europeu como um todo, quer ao nível dos automóveis particulares, como nos veículos comerciais, do segmento dos ligeiros ao dos pesados, há que olhar para essa nova realidade com outros olhos, nomeadamente no seu acompanhamento em termos das necessárias infraestruturas.
“Temos pela frente a implementação deste novo modelo de distribuição de veículos na Europa que a Stellantis está a implementar para todas as suas marcas e que terá um impacto fortíssimo na forma como iremos trabalhar num próximo futuro.“
André Figueiredo complementa sublinhando que: “Na minha opinião, a evolução para um processo de eletrificação acelerado do parque automóvel e tudo o que as novas tecnologias estão a trazer ao negócio é um processo que, em termos europeus, está a fazer-se demasiado rapidamente. Não foi feita a devida planificação do seu todo, nomeadamente no domínio político. Numa altura em que todos os construtores investiram e continuam a investir milhões de euros em desenvolvimento e capacidade de escala para veículos elétricos, não tem havido, por trás, a suportar essa investida financeira, um plano definido que permita fazer o devido acompanhamento”, salienta.
“Percebemos que o andamento a que todos fomos sujeitos não é acompanhado ao nível da instalação e da própria capacidade das estruturas de carregamento. Espanha é um dos maiores exemplos dessa infeliz realidade, sendo algo que se estende à maioria dos restantes países, nomeadamente os que já contam com um parque automóvel eletrificado bastante significativo, situação que se revela um risco tremendo para todos os agentes, pelo que tem de ser repensado urgentemente”, sublinha este responsável.
“Todas estas questões têm que ser abordadas e muito bem acompanhadas, sendo que em conjunto com a marca Peugeot, tentaremos desenhar o melhor equilíbrio para que juntos possamos melhor controlar e liderar todas estas variáveis”, conclui André Figueiredo.