A International Data Corporation (IDC) estima que, em 2024, as empresas que se vão destacar são aquelas que demonstraram capacidade em inovar por meio da tecnologia para superar as mais diversas crises, conforme aponta o estudo “IDC FutureScape: Worldwide Future of Digital Innovation 2023 Top 10 Predictions”.
A consultora sublinha que as crises globais, incluindo a inflação, a ameaça de recessão, os constrangimentos da cadeia de abastecimento, o aumento dos custos dos combustíveis e a guerra estão a tirar o sono aos executivos. Para muitos, a reação é jogar pelo seguro: cortar, reduzir os custos tanto quanto possível e investir apenas em empresas ou negócios com baixo risco. No entanto, dependendo do setor e da crise que afeta, jogar pelo seguro pode ser mais arriscado do que investir em algo novo.
Gabriel Coimbra, Group Vice President e Country Manager da IDC Portugal, relembra empresas como a Uber, a Airbnb e a Groupon que surgiram na altura da recessão de 2008, utilizando tecnologias digitais inovadoras para agitar os mercados. “As empresas devem planear a utilização de tecnologias digitais para responder às necessidades dos clientes, que estão a mudar devido às crises mundiais. Sabemos que a inflação e as restrições da cadeia de abastecimento, por exemplo, afetam o status quo, o que significa que as organizações têm de mudar ou correm o risco de declínio”.
A IDC defende que as empresas estão a passar de uma estratégia de investimento em tecnologia centrada na transformação digital para uma estratégia focada na gestão do negócio digital. Logo, um fator importante do negócio digital será a capacidade de inovar através do desenvolvimento de tecnologia diferenciadora e disruptiva. As organizações de TI estão mais pressionadas do que nunca para aumentar a eficiência, a fim de dedicar o máximo de tempo e recursos à inovação.
“Obter o máximo valor comercial da inovação digital requer normalmente mudanças significativas nos modelos de negócio. Os líderes de TI terão, cada vez mais, de compreender o negócio – incluindo o impacto de qualquer uma das crises globais – e fornecer ao negócio soluções inovadoras que produzam resultados estratégicos”, refere o estudo “IDC FutureScape: Worldwide Future of Digital Innovation 2023 Top 10 Predictions”.
A pandemia da COVID-19 demonstrou o quão poderosa pode ser a tecnologia digital e a inovação para proporcionar resiliência, receitas e oportunidades para uma empresa face a uma crise. O resultado é o surgimento de uma divisão entre as organizações que são capazes de escalar o desenvolvimento e a entrega de inovação digital e as que não conseguem. As previsões da IDC para o futuro da inovação digital refletem esta divisão, com as empresas que fornecem inovação digital a emergir como líderes nos seus sectores de mercado.
10 PREVISÕES IDC
- Previsão 1: Em 2024, as 5 maiores empresas de cada sector serão aquelas que utilizaram a tecnologia para inovar e sair de uma crise global, como uma recessão ou uma rutura na cadeia de abastecimento.
- Previsão 2: Até 2026, 10% das empresas vão incentivar os consumidores a partilhar dados confidenciais para conceber ofertas não tradicionais, melhorar a experiência do cliente e aumentar a quota de mercado.
- Previsão 3: Até 2024, 35% das empresas que criam algoritmos inovadores para recolher informações de dados únicos, vão apresentar novas ofertas de produtos, modelos de preços bem-sucedidos e explorar novos segmentos de clientes.
- Previsão 4: Até 2028, novas eficiências vão permitir aos programadores aumentar a percentagem de tempo que dedicam à inovação, passando de 25% do seu trabalho relacionado com o desenvolvimento para 75%.
- Previsão 5: Até 2028, as receitas recorrentes de produtos inteligentes vão representar 65% das receitas das 2.000 maiores empresas.
- Previsão 6: Até 2026, 75% dos líderes de mercado vão ter programas e investimentos em inovação digital sistémica, que apoiam a inovação iterativa contínua, permitindo o crescimento, a escala, agilidade e resiliência.
- Previsão 7: Até 2026, as empresas que partilham dados com parceiros comerciais para tirar partido dos seus conjuntos de dados coletivos vão aumentar as receitas 10% mais rapidamente do que aquelas que não o fazem.
- Previsão 8: Até 2025, 85% dos CEOs do G2000 vão exigir que os líderes seniores forneçam informações baseadas em dados sobre a atividade de inovação, incluindo a eficiência dos programadores e os resultados comerciais.
- Previsão 9: Em 2027, a percentagem de pessoas não ligadas à tecnologia nas empresas que passam 10 horas ou mais por semana a contribuir para a inovação digital, aumentará dos atuais 5% para 45%.
- Previsão 10: Em 2028, 15 das grandes empresas serão notícia por utilizarem tecnologias digitais para manipular as experiências dos clientes para estimular atualizações e substituições.
“Se a pandemia não forçou uma organização a orientar-se para a inovação digital, a multiplicidade dos constrangimentos, que vão desde a inflação à guerra, deveria fazê-lo. Acredito que os vencedores e os perdedores em cada sector serão determinados pela sua capacidade de fornecer inovação digital em escala, de forma ética, sustentável e repetida”, afirmou Nancy Gohring, diretora de investigação do programa Futuro da agenda de inovação digital da IDC.
Descubra os finalistas dos “óscares” da transformação digital
Hoje no evento IDC Future of Digital Innovation 2023, que se realiza no Centro Centro Cultural de Belém, em Lisboa, além da apresentação do estudo, vão ser conhecidos os finalistas dos Portugal Digital Awards®, uma iniciativa, organizada pela Axians e a IDC Portugal, que pretende premiar o que de melhor se faz em Portugal no âmbito da transformação digital.
Ascendum, BPI, Associação Porto Digital, CTT, E-Redes, MC Sonae, Caixa Geral de Depósitos, CDI, EDP, Galp e CUF, entre outros organizações, são alguns dos finalistas.
A 8ª edição dos Portugal Digital Awards® divide-se em 3 categorias – Digital Transformation Awards, Digital Industry Awards e Digital Grand Awards –, as quais contemplam um total de 21 prémios. Os prémios Portugal Digital Awards® visam distinguir organizações, públicas ou privadas que utilizem tecnologias de informação e comunicações na transformação do seu negócio.
Além da apresentação dos projetos finalistas dos Portugal Digital Awards, o evento contou ainda com a presença dos analistas Jennifer Thomson, Associate Vice President, Services, AccAD and Cloud, European Region IDC, e de Giulia Carosella, European Digital Business Practice Lead IDC.