Oceanário de Lisboa terá um direto no Instagram sobre Tubarões, para responder a todas as dúvidas dos seguidores e partilhar curiosidades e dados fascinantes sobre estas espécies.
O Oceanário de Lisboa junta-se à comunidade internacional e dá a conhecer estes animais incríveis na semana de «sensibilização para o tubarão», alertando para as ameaças que enfrentam e mostrando os projetos que trabalham a sua conservação. O papel de «tubarão-vilão», explorado ao longo dos anos no cinema, generalizou a imagem dos tubarões como predadores impiedosos. Fora da ficção, os tubarões desempenham um papel essencial para a manutenção de um oceano saudável, mas estão severamente ameaçados.
«A curiosidade sobre tubarões é transversal a todas as idades e muitas vezes as dúvidas das crianças e dos adultos são até coincidentes», afirma Teresa Santos, do departamento de educação do Oceanário de Lisboa. «Nestes aquários habitam 28 espécies diferentes de tubarões e raias — 16 das quais com estatutos de conservação desde “vulnerável” a “criticamente ameaçado”. Através destes ”embaixadores“ procuramos que o tradicional temor dê lugar ao fascínio e encanto».
Da visita simples, aos programas «Dormindo com Tubarões», passando pelas visitas de escolas e «Férias Debaixo de Água», os programas, adaptados a cada idade, transformam curiosidade em conhecimento, semeando a vontade de salvar um oceano em risco. Teresa Santos acrescenta que «Qualquer pessoa pode contribuir para a conservação do oceano através de pequenas mudanças no seu dia-a-dia. Reduzir o consumo de descartáveis, poupar energia e água, tomar consciência das espécies que comemos e de como foram pescadas podem parecer gestos insignificantes, mas muitas pequenas gotas juntas serão um oceano de mudança». No dia 14 de julho às 13h00, o Oceanário fará um direto no Instagram sobre Tubarões, para responder a todas as dúvidas dos seguidores e partilhar curiosidades e dados fascinantes sobre estas espécies.
No mar português ocorrem 117 espécies de tubarões, raias e quimeras, o que representa quase 90% de todas as espécies conhecidas na Europa. Contudo, de acordo com o relatório «Tubarões e raias. Guardiões do Oceano em Crise», da WWF|ANP, realizado com o apoio da Fundação Oceano Azul, Portugal é o segundo maior exportador mundial de carne de tubarão e 43% destas espécies estão ameaçadas devido à sobrepesca, dada a elevada procura da carne e das barbatanas, e também à captura acidental. Estas espécies estão ainda ameaçadas por outros fatores como a poluição, as alterações climáticas, a perda de habitats e alimento. Esta semana pretende impulsionar uma mudança positiva nas atitudes em relação aos tubarões, que incentivem ações, do cidadão-comum à governação, em prol da conservação destas espécies.
A patrulhar o oceano há mais de 400 milhões de anos, os tubarões surgiram muito antes dos dinossauros. Estes peixes, da classe Elasmobrânquios, têm um esqueleto feito de cartilagem, o que, associado à sua forma e pele, os torna ágeis e rápidos nadadores. Enquanto predadores de topo, estas espécies são críticas para um oceano saudável, uma vez que regulam a abundância e diversidade das outras espécies marinhas, predando, por exemplo, os animais doentes e idosos — o que evita a propagação de doenças e melhora o património genético.
Conhecer para proteger
Um dos obstáculos à proteção destes animais é o défice de informação sobre o estado das populações de cada espécie. O Oceanário de Lisboa colabora com a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), desde 2018, na revisão global do risco de extinção de espécies marinhas e é, desde 2021, um dos dez Centros de Sobrevivência de Espécies mundiais. «O objetivo é aumentar o número de espécies marinhas avaliadas na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN, para melhor compreender as necessidades de conservação do ambiente marinho», explica Núria Baylina, curadora e diretora de conservação do Oceanário. «O Oceanário começou por trabalhar em avaliações globais de espécies marinhas, incluindo as espécies “não avaliadas” presentes no Oceanário, para ajudar a definir as prioridades do trabalho em conservação. Neste momento, temos uma equipa dedicada em exclusivo à avaliação de mais de 1.040 espécies de peixes marinhos que habitam o mar português, incluindo tubarões, para a elaboração do Livro Vermelho dos Peixes Marinhos de Portugal». O Oceanário participa ainda em vários programas de reprodução de tubarões e raias da EAZA (Associação Europeia de Zoos e Aquário) — contribuindo para um trabalho internacional para aumentar o conhecimento sobre as espécies marinhas.
Conservação
O trabalho de conservação do Oceanário acontece dentro e fora das portas do Aquário, pois cada visitante contribui, através do seu bilhete, para o financiamento de projetos educativos e de conservação de instituições nacionais e internacionais. Procurando contribuir simultaneamente para a conservação dos tubarões e raias, e para a consciencialização da sua importância, o Oceanário financiou já vários projetos dedicados a elasmobrânquios, em diferentes geografias, com um objetivo comum: a conservação deste grupo de peixes, um dos mais ameaçados globalmente. No site do Oceanário pode conhecer alguns destes projetos e dos seus resultados, incluindo os projetos vencedores da primeira edição do FUNDO PARA A CONSERVAÇÃO DOS OCEANOS, do Oceanário de Lisboa e da Fundação Oceano Azul, que foi dedicada ao tema «Raias e tubarões. Da escuridão para a luz da ciência».
