2021 foi um ano de recuperação para o cluster do mobiliário e afins. Com o abrandamento das medidas de mitigação da Covid-19, abril e maio foram os meses que mais impulsionaram esta fileira, com subidas de 311% e 80%, respetivamente, face ao ano anterior. No total anual, este cluster, que integra o mobiliário, a colchoaria, os assentos e outras atividades complementares, gerou 1,78 mil milhões de euros em vendas ao exterior, o que significa uma subida de 12% face a 2020 – um ano marcado por uma oscilação negativa do volume das exportações em resultado da pandemia.
Os dois primeiros meses do ano, fortemente condicionados pelas medidas impostas pelo Governo face ao aumento de casos, ficaram marcados por nova descida das exportações face ao período homólogo de 2020, mas março (55%), abril (311%) e maio (80%) marcaram o início de um 2021 de significativa recuperação e deram um forte impulso ao cluster do mobiliário e afins. O primeiro semestre do ano gerou mais de 600 milhões de euros em vendas ao exterior e traduziu-se, assim, numa retoma do crescimento que estes setores têm desenhado na última década.
O ano terminou com nota positiva, com uma subida de 14% em dezembro face aos níveis de 2020, abrindo boas perspetivas para a internacionalização desta fileira em 2022.
Para esta forte recuperação contribuíram significativamente o mercado americano e suíço, que, apesar de uma quota de mercado ainda reduzida, registaram uma variação homóloga de 32% e 27%, respetivamente. O mercado francês continua a representar a maior quota de mercado do cluster do mobiliário e afins, sendo o destino de 34% do total das exportações nacionais, seguido por Espanha, com 26% das vendas ao exterior. Bélgica (25%), Alemanha (18%) e Países Baixos (12%) foram outros dos mercados de importação que mais cresceram em 2021.
“Os resultados de 2021 marcaram uma dinâmica internacionalizadora de forte crescimento para este cluster. São um sinal claro de que os produtos nacionais da fileira casa continuam a ser cada vez mais valorizados internacionalmente. Os números apontam a uma tendência positiva para 2022, em que ambicionamos superar os níveis recorde de 2019, embora antecipando alguns efeitos da atual instabilidade social e geopolítica e da escassez e subida dos custos das matérias-primas”, afirma Joaquim
Carneiro, presidente da APIMA – Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins.
Com a contribuição do aumento das exportações, o cluster do mobiliário e afins solidifica a balança comercial superavitária, que se aproxima dos 800 milhões de saldo positivo, com uma taxa de cobertura das importações pelas exportações de 176%.