Através de apenas um clique (num computador ou smartphone), a EU4UA junta refugiados Ucranianos a cidadãos europeus que disponibilizam alojamento de emergência gratuito. Os utilizadores podem oferecer a sua própria habitação ou disponibilizar uma das 11 milhões de casas disponíveis na Europa. O projeto foi lançado em tempo recorde, em apenas 48 horas no último fim-de-semana de fevereiro, por um grupo multinacional de empreendedores da área de tecnologia, os 4 cofundadores da Jobgether: o francês Arnaud Devigne, o espanhol Alexandre Hernandez, o belgo Juan Bourgeois e o CTO colombiano Alexis Rodriguez. É também graças à mobilização incrível de duzentos profissionais da área tech espalhados por todo o mundo que se dedicaram ao desenvolvimento da plataforma que, em menos de cinco dias, a iniciativa pôde ver a luz do dia.
O objetivo dos fundadores é permitir que todos os refugiados consigam encontrar um alojamento decente de forma gratuita, evitando assim as duras condições dos campos de refugiados. Para este efeito, procuram usar a internet e as tecnologias como recurso principal para ativar manifestações de solidariedade descentralizadas e espontâneas em resposta à crise internacional sem precedentes que enfrentamos atualmente.
De acordo com Arnaud Devigne, cofundador da iniciativa EU4UA: “Estamos numa situação em que 1,5 milhão de refugiados ucranianos, principalmente mães solteiras com filhos, já fugiram da Ucrânia e que se estima que 5 milhões de ucranianos cheguem à União Europeia nas próximas semanas. Perante esta tragédia, milhares de famílias na UE manifestam a sua solidariedade e vontade de ajudar. Infelizmente, a ausência de soluções eficazes significa que existe uma desconexão entre estas duas populações. A plataforma que desenvolvemos na nossa startup recorre a know-how que junta a oferta e procura internacional no mercado de trabalho. Rapidamente entendemos que isso poderia ser aplicado neste contexto, com o objetivo de encontrar alojamento para refugiados. As ONGs estão a desenvolver um trabalho incrível no local. Procuramos facilitar o seu trabalho ajudando a fornecer os meios de acesso ao alojamento de curto e médio prazo após o acolhimento de emergência desses refugiados.”
A iniciativa surge no momento em que as autoridades europeias acabam de anunciar a decisão de permitir que refugiados ucranianos permaneçam na UE sem terem de solicitar asilo. Ecoa, ainda, o apelo de muitas autoridades locais que incentivam seus eleitores a acolherem refugiados.
A plataforma já identificou mais de 10,000 refugiados registados na plataforma, isto é, cerca de 3,000 famílias refugiadas. 5,000 famílias de acolhimento também se registaram na plataforma, tendo já conseguido ajudar 1,000 famílias refugiadas.
“Se conseguirmos tornar a vida de uma criança menos dolorosa, teremos alcançado o nosso objetivo e continuaremos a desenvolver o projeto para ampliar o seu alcance e colocar a tecnologia ao serviço da solidariedade”, disse Juan Bourgeois, co-fundador da EU4UA.
O maior desafio é ainda o de dar a conhecer a plataforma às milhares de famílias refugiadas que estão a chegar às fronteiras dos países da Europa de Leste e precisam urgentemente de ajuda.