A turma do 5ºB da American School of Barcelona prepara-se para um dia diferente. Receberam uma visita que poderá mudar as suas vidas e marcar o seu futuro, ou pelo menos é este o objetivo. “O meu nome é Sara Riera, estudei Matemática e Engenharia Industrial, sou a chefe dos Serviços de Energia e Carregamento da SEAT S.A., e estou aqui para vos mostrar a experiência de uma mulher na ciência”. Fez-se silêncio na sala de aula. E quando uma rapariga levantou a mão para fazer a primeira pergunta, houve logo mais mãos a levantarem-se. Possivelmente, para muitos deles foi o seu primeiro contato com uma referência feminina nas carreiras profissionais STEM (acrónimo de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, para as suas iniciais em inglês).
Quebrar o círculo. Apenas 28% dos estudantes licenciados em engenharia e só 33,3% dos profissionais de investigação de todo o mundo são mulheres, de acordo com o Relatório de Ciência da UNESCO: Para 2030 (2021). A falta de mulheres com carreiras profissionais STEM contribui para esses números baixos e as raparigas, que acabam por evitar carreiras científicas e, consequentemente, não se tornarão referências STEM para as raparigas e rapazes do futuro. Um círculo vicioso que se pode começar a quebrar com encontros como este.
Mudar o mundo a partir da sala de aula. Riera conta à turma como descobriu que queria seguir uma carreira STEM: “Eu tinha a vossa idade, estávamos na aula de matemática e a minha melhor amiga olhou para mim e disse de forma muito séria ‘Odeio matemática’, e pensei ‘Odeias? Eu adoro!'”, explica. Na sala de aula, esboçam-se os primeiros sorrisos. “Foi aí que percebi que a maioria também não gostava, e isso fez-me sentir especial; vi que tinha a oportunidade de trabalhar em algo que me apaixona e contribuir para a sociedade”. A partir desta conversa casual, Riera decidiu focar a sua carreira na matemática e engenharia, o que a levou à sua função atual de ajudar a SEAT S.A. a criar soluções de mobilidade sustentável.
Eletrificação no feminino. “Qual é a melhor parte do seu trabalho?”, pregunta Soraya. Riera tem uma resposta muito clara: “Faço do mundo um sítio melhor”. Como responsável pelos serviços de eletrificação da SEAT S.A., a engenheira tem a certeza que futuro é elétrico e será avaliado pela diversidade. “Por que devemos seguir carreiras STEM?”, pergunta Aya. “A questão é: e por que não?”, responde. “Se gostas das áreas, é o melhor que podes fazer, porque podes trazes diversidade ao talento: tu, ou tu, ou tu, podem ser as designers ou as engenheiras de um dos automóveis elétricos do futuro”, diz.
As referências são importantes. Este encontro insere-se numa iniciativa da SEAT S.A. para levar as mulheres líderes em STEM da empresa até raparigas e rapazes entre os 8 e os 17 anos de idade de diferentes escolas por ocasião do Dia Internacional das Mulheres e das Raparigas na Ciência (11 de fevereiro). “Queremos que tanto as raparigas como os rapazes se inspirem em mulheres engenheiras, matemáticas, cientistas, e que possam dizer: ‘Quero ser como ela’”, comenta Benjamin Ramírez, chefe do departamento de Culture, Change & Diversity da SEAT S.A. Na sala de aula, Sara passa uma mensagem à audiência que a ouve atentamente: “As mulheres não têm muitas referências em STEM, por isso trabalhem arduamente, persigam os vossos sonhos e serão vocês as grandes referências para as raparigas do futuro e para todo o mundo, incluindo para mim.”