A Repsol registou um resultado líquido ajustado, que mede especificamente o desempenho empresarial, de 1.582 milhões de euros entre janeiro e setembro de 2021, período em que se iniciou a implementação do seu Plano Estratégico 2021-2025. As medidas definidas neste plano, a par com uma gestão orientada para a eficiência, permitiram à empresa captar o máximo valor possível e regressar a resultados pré-pandémicos, num contexto em que se verificou uma clara recuperação dos preços das commodities. Ao mesmo tempo, a multienergética fez progressos constantes, recentemente reforçados com objetivos ainda mais ambiciosos que pretendem reforçar a transformação da empresa para alcançar a neutralidade carbónica até 2050.
"Os nossos resultados voltaram aos níveis anteriores à pandemia, ao mesmo tempo que continuamos a fazer progressos firmes na descarbonização".
Josu Jon Imaz
O lucro líquido foi de 1.939 milhões de euros entre janeiro e setembro de 2021, superior ao mesmo período de 2019 (1.466 milhões de euros), antes da crise da Covid-19. O lucro líquido ajustado incrementou, em comparação com 2019 (1.637 milhões de euros), comprovando a eficácia da nova estratégia da Repsol. Os resultados do terceiro trimestre reuniram consenso entre os analistas financeiros que acompanham a atividade da empresa.
O modelo empresarial integrado da Repsol, juntamente com a implementação do Plano Estratégico, foi decisivo para ultrapassar com sucesso um cenário de crise sem precedentes. Todos as unidades de negócio tiveram resultados positivos, especialmente a área de Exploração & Produção, particularmente influenciada pela tendência ascendente dos preços das commodities. A área de Química continuou o desempenho excecional registado nos trimestres anteriores, a área de Renováveis aumentou a contribuição para os resultados do Grupo, e os negócios de Mobilidade e Aviação melhoraram o desempenho, após o levantamento das restrições à mobilidade resultantes da crise sanitária causada pela pandemia.
Nos primeiros nove meses do ano, os preços do crude e do gás voltaram aos níveis pré-pandémicos, com o Brent a uma média de 67,90 dólares por barril e o Henry Hub a 3,20 dólares por MBtu.
Neste contexto, a empresa conseguiu alcançar um fluxo de caixa operacional positivo em todas as áreas de negócio, no valor de 3.370 milhões de euros, bem como um fluxo de caixa livre positivo em todas as unidades, totalizando 1.855 milhões de euros. Além disso, entre janeiro e setembro de 2021, a Repsol
conseguiu reduzir a sua dívida líquida em 9% (642 milhões de euros), em comparação com dezembro do ano passado, para 6.136 milhões de euros. Como resultado, a liquidez situou-se nos 9.948 milhões de euros, representando 2,57 vezes o valor das maturidades de curto prazo.
Em 2021, a empresa reforçou a posição financeira com várias emissões obrigacionistas e apresentou uma estratégia de financiamento sustentável, incorporando o seu plano de sustentabilidade na sua estratégia de financiamento.
Estas ferramentas permitirão à Repsol continuar a avançar com os seus ambiciosos objetivos de descarbonização, da mesma forma que os conseguiu alcançar até agora, mesmo no difícil contexto provocado pela crise da Covid-19. Neste sentido, a Repsol deu mais um passo a 5 de outubro, aumentando as suas metas de geração renovável e de redução de emissões para acelerar a transformação até 2030. A empresa anunciou também um aumento dos investimentos no período 2021-2025 para 19,3 mil milhões de euros, com mais mil milhões de euros em comparação com a previsão inicial do Plano Estratégico. O investimento terá como foco o aumento da capacidade de produção de eletricidade renovável da empresa e a produção de hidrogénio renovável, bem como a promoção de outras iniciativas com baixo teor de carbono. Com este novo objetivo, 35% dos investimentos feitos pela Repsol entre 2021 e 2025 serão atribuídos a projetos de geração de baixas emissões.
O negócio de Exploração e Produção alcançou um lucro líquido ajustado de 1.063 milhões de euros entre janeiro e setembro de 2021, excedendo o resultado neutro durante o mesmo período do ano anterior e os 864 milhões de euros registados em 2019. Este resultado reflete melhorias de eficiência e a otimização das operações e custos, o quo ajudou a posicionar negócio para obter o melhor valor possível com o aumento dos preços das matérias-primas. O preço do crude do Brent aumentou 65%, e o Henry Hub aumentou 68%, em comparação com o mesmo período do ano passado.
A produção média durante os primeiros nove meses do ano foi de 576.000 barris de petróleo por dia. No segmento da exploração, a empresa acrescentou três resultados positivos na Indonésia, México e Bolívia. Neste último, no poço Boicobo Sur-X-1ST, a empresa encontrou volumes de hidrocarbonetos que constituem, aproximadamente, 1 TCF de recursos estimados.
Em 2021, a empresa vendeu os ativos de Exploração e Produção na Malásia e no Bloco 46 CN, no Vietname, bem como a sua participação na joint-venture Arog, na Rússia. Juntamente com o encerramento da produção de petróleo em Espanha e da atividade de exploração em vários países, estas decisões permitem avançar com o objetivo estratégico da empresa de se focar nas áreas geográficas onde encontra maiores vantagens competitivas, concentrando a sua presença em 14 países, e dando prioridade ao valor sobre o volume.
Para conseguir que a atividade – essencial para o bem-estar da sociedade -, se torne mais sustentável, o negócio de Exploração e Produção tem como objetivo reduzir a intensidade das suas emissões de CO2 em 75%, entre 2021 e 2025. A captura e armazenamento de carbono desempenhará um papel fundamental no desenvolvimento de novos projetos, como por exemplo o de Sakakemang, na Indonésia, que é um dos maiores do seu género a nível global.
A área Industrial alcançou um resultado de 339 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, 48% superior aos 229 milhões de euros registados no mesmo período de 2020. A área da Química teve um desempenho excecionalmente bom, e a Refinação continuou a ser afetada pelos efeitos da pandemia e das paragens, adaptando as operações ao ambiente de baixa procura e de reduzidas margens de lucro.
No entanto, os importantes investimentos e projetos industriais nos complexos industriais da Repsol, comprovam que a descarbonização, abordada de uma perspetiva tecnologicamente neutra, pode garantir o futuro e a rentabilidade destas instalações, preservando o emprego local e promovendo o desenvolvimento económico.
A Repsol está a adaptar as suas instalações industriais para utilizar múltiplos resíduos e materiais não processados de diferentes origens, convertendo-os em combustíveis e materiais mais sustentáveis. Recentemente, a refinaria de Corunha produziu pela primeira vez óleo alimentar usado para o fabrico de hidrobiodiesel. A Repsol tem como objetivo utilizar três milhões de toneladas de resíduos por ano e reduzir em mais de sete milhões de toneladas as emissões de CO2, por ano, até 2030. Para tal, a companhia pretende produzir anualmente dois milhões de toneladas de combustíveis com baixo teor de carbono.
Para ajudar a atingir estes objetivos, a fábrica avançada de biocombustíveis em Cartagena – a primeira do seu género em Espanha – está programada para entrar em funcionamento em 2023. Durante os primeiros nove meses de 2021, a empresa conseguiu avançar nos preparativos para o arranque da construção desta instalação, o que ajudará a evitar a emissão de 900.000 toneladas de CO2 por ano. A Repsol também tem planos de investimento para o resto dos seus complexos industriais, tais como os projetos anunciados para Tarragona, ou Puertollano, onde investirá em projetos de descarbonização e economia circular.
Outro dos pilares da empresa para se tornar numa indústria mais sustentável é a produção de hidrogénio renovável. A Repsol tem a ambição e se tornar líder neste setor na Península Ibérica e de ter uma posição relevante no mercado europeu. A multienergética apresentou a sua estratégia de hidrogénio no início de outubro, após ter anunciado em julho do ano passado, a intenção de atingir uma capacidade de produção equivalente a 552 MW até 2025 e 1,9 GW em 2030, com investimentos previstos de 2.549 milhões de euros.
A empresa anunciou a instalação de eletrolisadores nas proximidades dos seus complexos industriais, incluindo os eletrolisadores de 100 MW e 150 MW que serão instalados nos complexos de Cartagena, Tarragona e Bilbao. Neste último, iniciará a instalação do primeiro eletrolisador no País Basco, no segundo semestre de 2022.
Além disso, a Repsol deu outros passos neste campo, tais como o arranque do “Corredor Basco de Hidrogénio” (BH2C), no qual participam cerca de 130 organizações. Com mais de 1,3 mil milhões de euros de investimentos até 2026, esta iniciativa irá gerar mais de 1.340 empregos diretos e 6.700 indiretos. Em conjunto com outras entidades, a Repsol está a promover o Vale do Hidrogénio da Catalunha (H2ValleyCat) e o Vale do Hidrogénio Verde da Região de Múrcia. Em outubro, a empresa associou-se à EDP, para em conjunto implementarem projetos de produção de hidrogénio renovável na Península Ibérica.
A área de Química conseguiu um excelente desempenho durante este período, impulsionado por uma sólida procura e fortes margens internacionais que atingiram recordes máximos no segundo trimestre do ano. Em simultâneo, esta área continuou o seu compromisso com processos eficientes, através da utilização de produtos mais sustentáveis e de alto valor acrescentado, baseados na economia circular. A Repsol planeia investir 1.500 milhões de euros nesta área no período 2021-2025, e pretende reciclar o equivalente a 20% da sua produção de poliolefinas até 2030.
A 18 de março, a empresa anunciou a construção da primeira fábrica de reciclagem química de espuma de poliuretano em Puertollano, o principal componente de colchões, sofás e assentos de veículos, entre outros. Além disso, a 27 de abril, juntou-se ao projeto de instalação da Ecoplanta Molecular Recy-cling Solutions, uma nova fábrica que processará 400.000 toneladas de resíduos sólidos urbanos não recicláveis, a ser construída em Tarragona.
A 9 de julho, a empresa anunciou a expansão do seu complexo industrial em Sines (Portugal), onde irá investir 657 milhões de euros na construção de duas novas fábricas de materiais poliméricos 100% recicláveis, que poderão ser utilizados para aplicações nas indústrias farmacêutica, automóvel e alimentar. As novas unidades estarão operacionais até 2025 e tornarão o complexo de Sines num dos mais avançados da Europa.
A área de Comercial e Renováveis registou um resultado de 397 milhões de euros, 20% superior aos 332 milhões de euros no mesmo período do ano anterior. As áreas da Mobilidade e da Aviação melhoraram o seu desempenho, após o levantamento das restrições à mobilidade devido à crise de saúde global, juntamente com um forte desempenho em Renováveis e Geração de Baixo Carbono.
A empresa continuou a reforçar o seu compromisso com uma mobilidade mais sustentável, fazendo uso da digitalização e colocando o Cliente no centro das suas decisões. No domínio dos carregamentos elétricos, a Repsol anunciou novamente que terá mais de 1.000 pontos de carregamento públicos em Espanha até ao final de 2022, e pontos de carregamento rápidos ou ultrarrápidos a cada 50 quilómetros nas principais estradas do país.
A 30 de setembro, a venda do negócio dos combustíveis em Itália foi concluída em conformidade com a estratégia da empresa de se concentrar nas áreas geográficas onde tem as maiores vantagens competitivas.
Para aprofundar a sua estratégia digital, a Repsol adquiriu 100% da Klikin, com a qual a empresa lançou a Waylet, uma aplicação de pagamento e fidelização que conta atualmente com mais de dois milhões de utilizadores. A digitalização é também um fator muito relevante na relação da empresa com os seus Clientes de serviços energéticos domésticos. Em maio, a Repsol lançou a Vivit, uma aplicação móvel que centraliza a gestão destes produtos e, em conjunto com a Waylet, contribuirá para o objetivo estratégico de atingir oito milhões de clientes digitais até 2025. Antes do final do ano, a Repsol lançará o seu novo programa de fidelização transversal, que criará a primeira comunidade do seu género em Espanha.
Em 2021, a Repsol foi o único grande retalhista em Espanha, por volume de clientes, a obter o Rótulo A atribuído pela Comissão Nacional de Mercados e Concorrência (CNMC), que garante que a eletricidade que fornece é de origem 100% renovável. Em março, a empresa anunciou a aquisição de uma participação maioritária na empresa comercial de eletricidade e gás Gana Energía, que opera exclusivamente online e conta atualmente com cerca de 40.000 clientes, a quem fornece energia de fonte 100% renovável.
Outra solução energética promovida pela Repsol para fazer avançar a transição energética é a produção distribuída. A empresa espera chegar ao final de 2021 com mais de 300 instalações solares nas suas estações de serviço e mais de 180 comunidades solares através da Solmatch, um dos seus produtos para este negócio. Além disso, em maio, lançou a Ekiluz, com o objetivo de organizar cooperativas de cidadãos para a produção renovável de entre 1 MW e 5 MW.
Relativamente à produção de eletricidade renovável, um dos pilares fundamentais da estratégia de descarbonização da Repsol, a empresa atualizou recentemente as suas metas de capacidade instalada para 2030 para 20 GW, um aumento de 60% comparado com a meta anterior. Até 2025, a capacidade instalada aumentará para 6 GW, acima dos 1,7 GW com os quais a Repsol planeia terminar este ano.
A Repsol quer continuar com o crescimento orgânico do seu negócio de produção de eletricidade, renovável graças ao desenvolvimento de uma carteira de projetos em funcionamento e desenvolvimento nos países da OCDE. A Companhia reforçou este compromisso com a joint-venture assinada no Chile, em 2020, com a Ibereólica Renovables, e com a aquisição, em maio de 2021, de 40% da Hecate Energy nos Estados Unidos. A Hecate Energy é especializada no desenvolvimento de projetos fotovoltaicos e de armazenamento de energia. Com sede em Chicago, a empresa tem uma carteira de mais de 40 GW de projetos renováveis e de armazenamento de energia em desenvolvimento.
No Chile, a Repsol e a Ibereólica Renovables concluíram a construção do seu primeiro parque eólico conjunto, Cabo Leones III, com uma capacidade instalada de geração renovável de 188,1 MW.
Em Espanha, são vários os momentos decisivos para a área de negócio de Renováveis da empresa, incluindo a inauguração da Kappa, a 21 de junho, o seu primeiro complexo fotovoltaico. Além disso, a produção de eletricidade começou em Valdesolar, a sua principal central fotovoltaica em Espanha, com uma capacidade instalada de 264 MW, localizada no município de Valdecaballeros, na região da Extremadura. Em maio, a empresa começou também a trabalhar no Delta II, na região nordeste espanhola de Aragão. Este é o maior projeto renovável até à data e terá uma capacidade total de 860 MW.
Na área da digitalização, pilar estratégico para a transformação da Repsol, a empresa anunciou, no final de junho que, juntamente com a Accenture, comercializará a sua plataforma de big data e inteligência artificial ARiA. Esta plataforma irá ajudar outras empresas a acelerar a utilização de bid data e a implementar a inteligência artificial em grande escala. A ARiA contribuiu para a realização de parte dos objetivos do Programa Digital da Repsol, que obteve lucros superiores a 330 milhões de euros em 2020, dos quais 150 milhões de euros serão direcionados para a utilização de dados, análise e inteligência artificial. Em 2021, espera-se que o retorno do Programa Digital atinja os 500 milhões de euros.
Em conjunto com um consórcio composto por cinco outras grandes empresas, a Repsol criou o IndesIA, o primeiro consórcio de economia de dados e inteligência artificial da indústria espanhola, com vocação europeia e vontade de integrar outras empresas e setores. Recentemente, a Airbus e a Ferrovial também se juntaram a este consórcio.